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A safra de arroz em Rondônia deve ser menor neste ano, em relação ao ano anterior, segundo o último levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os produtores enfrentaram dificuldades com questões climáticas e tentam encontrar alternativas para manter a produtividade no campo.
Produtividade
Mesmo cultivado em pequenas áreas e se comparado a outras regiões, o grão vem atingindo boa produtividade. Com a melhora na qualidade do produto, o estado percebe um crescimento industrial.
“A gente tem um parque industrial em franca ascensão. Hoje, Rondônia deve ter o melhor parque industrial para processamento do arroz da região Norte. Nós temos algumas industrias no estado com capacidade de processamento de arroz de altíssima qualidade ou seja, a dona de casa de Rondônia pode consumir o arroz produzido no nosso estado”, explica Vicente Godinho, pesquisador da Embrapa.
O grão de arroz produzido no estado tem suas peculiaridades e garantem, com esses atributos, um produto de muita qualidade. Segundo Vicente, isso só é possível através do programa de melhoramento.
“O arroz consumido no Brasil é um pouco diferente do arroz predominantemente consumido pelo mundo. Nós temos um arroz longo, fino, translúcido e de fácil cocção, ou seja, um arroz que cozinha bem e fique soltinho. Esses atributos nós temos conseguido através do nosso programa de melhoramento”, explica o pesquisador.
E o produtor?
Depois de 110 dias, Rafael Mognon de Lima coloca as máquinas colheitadeiras para trabalhar. Em sua terra de 137 hectare, a expectativa para esta colheita é de aproximadamente 70 sacas por hectare, colheita um pouco menor do que a última, isso porque o clima não contribuiu como o esperado.
“Em dezembro, na época que a gente plantou, deu uma seca forte aqui, de 20 dias e isso afetou um pouco os processos fisiológicos da planta, fez ela dar uma sofrida, teve umas folhas que até secaram pela seca severa e agora, na época da colheita, houve muitos dias seguidos de chuva que a gente não conseguiu entrar na lavoura pra colher, o arroz tava muito úmido e o chão tava meio mole se entrava a máquina acabava afundando”, explicou.
A produção menor não preocupa a família do Rafael, que pratica o cultivo rotacional para preservar o solo e quebrar o ciclo de pragas.
“Arroz é uma cultura muito importante, além de agregar valor e ter uma receita, complementa a cultura da melancia, porque você não pode plantar melancia em cima da melancia, precisa de outra cultura para acabar com as doenças da melancia. Então o arroz entra e as pragas, que vem da melancia, não se prolifera no arroz. Então acaba quebrando o ciclo dela”, explicou.
Queda na safra
A produtividade das lavouras de arroz no estado ultrapassa as três toneladas por hectare. A expectativa da Conab para a safra 21/22, é que mais de 108 mil toneladas de arroz sejam colhidas no estado, número que representa queda de 10% em relação a safra anterior.